Rodoviários e empresários do Leste Fluminense chegaram ao acordo de reajuste salarial de 6%, índice superior à inflação projetada para 2025 pelo Banco Central, que é de 4,56%. A cesta básica dos trabalhadores também passa de R$ 510,00 para R$ 550,00, um aumento de aproximadamente 7,84%. Os novos valores entram na folha de pagamento das empresas de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá e Tanguá a partir de 1º de novembro, data-base da categoria.
O acordo foi confirmado, por 567 votos a favor e sete contra, pelos trabalhadores em assembleia realizada nesta terça-feira (28/10), em Niterói, após intensas rodadas de negociações promovidas pelo Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), que começaram em setembro, quando empresários de São Gonçalo ameaçaram não participar das discussões sobre a campanha salarial dos rodoviários este ano.

Os empresários gonçalenses alegaram que não poderiam discutir reajustes em 2025, pois há oito anos o valor das passagens está congelado em R$ 3,95 e a Prefeitura, neste mesmo período, não repassa a integralidade das gratuidades concedidas a estudantes, idosos e deficientes, acumulando uma dívida milionária e fragilizando as companhias financeiramente. Se as empresas do município não integrassem a mesa de negociações, seria criada uma distorção trabalhista, com pisos salariais diferentes em uma microrregião.

“Não permitiremos a criação de pisos diferentes em nossa base. Os rodoviários já deram sua cota máxima de sacrifício durante a pandemia do coronavírus. Está na hora do poder público agir e promover uma profunda mudança no sistema de transporte público, que está cada dia mais se aproximando de um colapso”, avalia o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.
A assembleia desta terça-feira suspendeu o estado de greve, decidido pelos trabalhadores para as empresas de São Gonçalo, caso estas não participassem das negociações salariais. O Sintronac já havia alertado sobre uma possível paralisação dos ônibus municipais, a partir de 1º de novembro, através de ofícios encaminhados à Prefeitura e à secretaria de Transportes de São Gonçalo; aos ministérios públicos do Rio de Janeiro (MPRJ) e do Trabalho (MPT); e à Justiça Estadual.