Sindicatos de todo o estado do Rio de Janeiro se reúnem, nesta terça-feira (26/8), a partir das 9h, para debater os impactos do “tarifaço” imposto pelo governo dos Estados Unidos nas ofertas de emprego no Brasil e na renda dos trabalhadores. Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgado em agosto, projeta que as novas tarifas impostas a produtos brasileiros podem levar à perda de até 726.701 empregos no país em um cenário crítico no prazo de um ano.
O impacto, segundo o Dieese, seria sentido principalmente no setor de serviços (241 mil postos), indústria de transformação (215 mil) e comércio (142 mil), com reflexos diretos na massa salarial, que teria redução de R$ 14,33 bilhões, e na arrecadação de impostos e contribuições previdenciárias, que cairiam R$ 11,01 bilhões.

As entidades de trabalhadores se encontrarão em uma Plenária convocada pela Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), que será realizada na sede do Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), no Centro de Niterói. Pelo menos 35 sindicatos filiados à CSB e outros, que pretendem aderir à central, confirmaram participação no evento. Juntos, eles representam mais de 1,5 milhão de trabalhadores do estado, incluindo a capital.
A Plenária discutirá ainda como as entidades classistas devem se preparar para enfrentar a crise, que será gerada pela medida unilateral do governo de Donald Trump.
“É importante que o governo brasileiro atue, de forma contundente, pela preservação dos empregos e abra um canal de diálogo permanente com os sindicatos para o enfrentamento a esta crise, que está à porta. Só no setor rodoviário, acreditamos que, em um primeiro momento, haverá uma retração de 30% na oferta de empregos. O transporte público é impactado diretamente por qualquer crise, pois, sem emprego e renda, os trabalhadores de vários setores da economia deixam de se locomover”, analisa o presidente do Sintronac, Rubens dos Santos Oliveira.